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Subcomandante do Cigs e dois ex-comandantes do CMA são alvos de operação da Polícia Federal

Subcomandante do Cigs e dois ex-comandantes do CMA são alvos de operação da Polícia Federal

08/02/2024 às 13h52
Por: Portal In9 Fonte: A crítica
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Subcomandante do Cigs e dois ex-comandantes do CMA são alvos de operação da Polícia Federal

O subcomandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), Tenente Coronel Cleverson é um dos alvos de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis, deflagrada na manhã desta quinta-feira (08) pela Polícia Federal. A operação investiga a organização criminosa que teria atuado em tentativa de golpe de estado e abolição do regime democrático. 

De acordo com informações apuradas por A CRÍTICA, agentes da PF estiveram ao longo da manhã na Vila Militar, bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus. 

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Durante as mobilizações de manifestantes em frente aos quartéis, no fim de 2022 e início de 2023, o subcomandante integrava o Comando de Operações Terrestres. Segundo a decisão expedida pelo ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele era um dos militares que teriam atuado no planejamento e execução de medidas para manter as manifestações em frente aos quartéis militares. 

Dentre as funções estavam a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília. Ele também estaria presente em um encontro na tentativa de cooptar militares com curso de Forças Especiais, que, segundo a Polícia Federal, teriam intenção de impor o golpe de Estado. 

“[Eles] dariam suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”, diz um trecho da decisão onde foi feita a suspensão do exercício de função pública do tenente coronel que a partir de agora não pode manter contato com outros investigados e nem sair do país.  

 Ex-comandantes no alvo

 Dois ex-comandantes do Comando Militar da Amazônia (CMA) também receberam a visita da Polícia Federal. General Theophilo Gaspar, esteve no cargo durante a pandemia da covid-19, e mais recentemente ocupa o cargo de comandante de Operações Terrestres do Exército e Comando de Operações Especiais (COpESP). 

Ele, de acordo com a decisão de Moraes, estaria entre os militares que utilizaram alta patente para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação endossando ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado.

Theophilo teria se reunido com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Alvorada e, de acordo com os diálogos encontrados no celular do tenente-coronel Mauro Cid, teria consentido com a adesão ao golpe de Estado desde o que presidente assinasse a medida.

“Nesse sentido, além de ser o responsável operacional pelo emprego da tropa caso a medida de intervenção se concretizasse, os elementos indiciários já reunidos apontam que caberiam às Forças Especiais do Exército (os chamados Kids Pretos) a missão de efetuar a prisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, assim que o decreto presidencial fosse assinado”, diz o documento que autorizou a operação. 

Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, também esteve à frente do CMA entre os anos de 2007 e 2009. Conforme as investigações da PF, ele teria participado de um núcleo de inteligência paralela que coletava informações para auxiliar a tomada de decisões de Bolsonaro a partir do monitoramento de Moraes e outras autoridades com o objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de Golpe de Estado. 

*Colaboraram Cley Medeiros e Joana Queiroz

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