A quarta noite de apresentações dos bois-bumbás e juninas dos grupos A e B do Festejo Junino de Marabá não deixou nada a desejar para os outros dias. A noite de terça-feira, 25, foi recheada de muito colorido, alegria e coreografias que levaram o público aos gritos e palmas. O 37º Festejo Junino de Marabá é realizado pela Prefeitura de Marabá, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), em parceria com a Liga Cultural de Marabá (Licmab) e patrocínio da empresa Equatorial.
Quem fez a abertura da noite foi a Companhia de Dança Yaguara, que apresentou duas danças com temas folclóricos: Pretinha de Angola e Chula Marajoara. A dançarina e coreógrafa, Iara Lopes, conta que já dançou muitos anos na quadrilha Explode Coração e que agora teve a oportunidade de trazer um pouco de dança folclórica para a arena.
“É sempre muito incrível estar aqui na arena. Agora tive a honra de trazer as minhas alunas pra mostrar o folclore regional. A gente já trouxe trabalhos folclóricos pra arena em outras edições, mas depois de toda a estrutura, de toda essa atualizada que eles deram, é a primeira vez que a gente volta aqui e consegue trazer um trabalho legal com as meninas do Yaguara kids e adulto”, garante.
As juninas mirins deram um show de fofura e animação. A Águia de Fogo mirim foi a primeira a se apresentar.
A brincante Nycole Cândido fez um ano na junina e disse que antes se apresentava em escolas. “Gostei muito de me apresentar aqui na arena. É legal, eu me senti ótima. Sempre gostei de dançar, desde pequenininha”, relembra.
Outra criança que estava muito feliz e realizada era Amanda dos Reis, que foi um dos destaques da junina, que dança há dois anos. “Em 2022 a minha irmã era noiva, e agora em 2024 ela é noiva da Águia de Fogo adulta, por isso que eu danço. Foi muito bom apresentar aqui hoje. Eu nunca na minha vida tinha apresentado para esse tanto de gente. Eu fiquei com um pouquinho de medo, mas saiu”, comenta.
A apresentação que fez o público vibrar e voltar no tempo, com o tema “Chaves, o menor abandonado”, foi a da Junina mirim Fogo no Rabo, que trouxe os principais personagens da comédia infantil.
Julia Santos, de 13 anos, foi a Chiquinha destaque e relata que o tema foi escolhido por ter sido sucesso na junina adulta em 2012. “Eles acharam que seria uma oportunidade muito grande a gente fazer agora na mirim. É maravilhoso fazer parte dessa junina. Eu me senti muito honrada. Quando lançaram o tema todo mundo veio me elogiar, dizendo que eu parecia muito com a Chiquinha, que eu dançava muito, que era pra eu ser a Chiquinha. Então, eu me sinto muito lisonjeada”, explana.
A mãe de Júlia, Aline Gomes, estava bastante emocionada com a apresentação da filha e afirma ser uma honra vê-la na arena se apresentando. “A gente fica muito feliz de estar aqui e ver ela brilhando, porque mãe é assim, babona, e por ela ter ficado muito parecida com a Chiquinha, emociona mais ainda. É uma coisa que vai na saudade de todo mundo, relembra a infância. Eu acho que todo mundo que estava na arena foi à loucura. Foi muito lindo, muito lindo mesmo. Emocionante”, expressa.
Disputa dos bois
A disputa continuou neste quarto dia com as apresentações dos Bois-Bumbás Senador e Treme Terra, que entraram na arena com muita vontade de ganhar o grande prêmio. O primeiro a se apresentar foi o vice-campeão de 2023, Boi Senador, que trouxe a temática “Viva a cultura popular: boi-bumbá o ano inteiro”, que conta com personagens como a porta estandarte, a sinhazinha, o pajé, rainha do Folclore, mãe Caterina, Pai Francisco, entre outros. A encenação ainda contou com uma troca de roupa em plena arena.
A estudante Cauana Rodrigues fez o papel cunhã-poranga pela segunda vez e diz que é sempre uma alegria participar do boi-bumbá. “É uma sensação maravilhosa, é incrível, é muito legal ser essa personagem. Eu agradeço muito pela oportunidade de estar aqui representando a indígena Cunhã-poranga. É um trabalho muito intenso, muito pesado mesmo, ensaiamos bastante que é pra gente estar em primeiro lugar e eu creio em nome do seu Jesus que a gente vai vencer”, declara.
O segundo e último boi foi o Treme Terra, que trouxe uma homenagem à história e à tradição da agremiação cultural, mostrando como tudo começou e conta ainda com uma homenagem a Manoel Viana, um dos antigos membros do boi, falecido há um ano.
O pedreiro Edson Alves participa há mais de nove anos do Treme Terra. Ele já representou o Pajé e agora veio como o caboclo, que, segundo ele, é uma forma de chamar as crianças para participar. “Represento aqui o indígena brasileiro. É uma coisa incrível fazer parte disso aqui. Ninguém vende, ninguém compra. Só estando aqui para entender. É só colocar um cocá que dá vontade de dançar”, ressalta.
Apresentações das Juninas
O público não arredou pé e continuou firme até altas horas, assistindo as apresentações e aguardando com ansiedade as apresentações das juninas, que são o auge da noite. A primeira junina do grupo B a se apresentar foi a Sedução Junina, que voltou após sete anos sem disputar. O tema foi “Chita ou Xadrez: a disputa de cores no São João”, onde o casal de noivos queria casar de xadrez, mas a regra do vilarejo é se vestir de chita. O grupo surpreendeu o público com uma troca de roupa no final da apresentação, onde todos vieram com roupas de chita e xadrez.
A dona de casa Kerollem Pereira fez o papel da noiva que queria se casar de xadrez, mas a rainha do vilarejo não queria deixar. Ela já participa da quadrilha há 10 anos. “A sensação é ótima porque, depois de oito anos, a gente voltar com tudo novo, roupa diferente, aquele brilho todo, é sensacional demais, é muito prazeroso. Depois de cinco meses ensaiando, estamos aqui para entregar o nosso trabalho que a gente tanto suou e conquistou”, salienta.
A Junina Arrastão do Araguaia trouxe o tema “A pureza das chamas da fogueira de São João”, em sua primeira apresentação no festejo.
A estudante Manoela Oliveira foi a cangaceira Maria Bonita e estava muito satisfeita com a apresentação. “A primeira vez é uma sensação incrível. Eu estava muito nervosa, muito ansiosa, mas acabou que quando a gente dança, esquece as horas, a gente sente aquela sensação de ter gente ali te julgando, se você vai ser primeiro, segundo ou décimo lugar. A gente fica muito feliz e ao mesmo tempo nervosa, mas o que importa é que a gente deu o nosso melhor, independente do resultado”, explicita.
Já passava de uma hora da madrugada quando a primeira junina do grupo A entrou na arena, trazendo muita animação. A Junina Levada Louka trouxe o tema “O Universo se Formou e a Festa começou” mostrando os quatro elementos essenciais para a vida na terra: água, ar, fogo e terra.
O brincante Thaylon Adriel Lima dança em junina há três anos e representou o homem das cavernas, que foram os primeiros seres humanos. Ele conta que apesar de cansativo, é muito prazeroso. “Para dançar a quadrilha a pessoa tem que gostar mesmo, porque é uma coisa cansativa demais. Eu acho bom demais, eu amo dançar a quadrilha”, informa.
A última junina a se apresentar foi a Splendor Junino com o tema “Encantarias”, baseado no livro “O mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó”, livro de Zeneida Lima. Com roupas lembrando o fundo do mar, com conchas e tons de azul, os quadrilheiros fizeram uma apresentação muito aplaudida pelo público.
Nathalia Linhares é uma das amantes do São João e por causa desse amor, vinha todos os dias de Itupiranga para ensaiar. Ela foi uma dessas brincantes que representou as águas.
“Quem ama São João sabe que isso aqui, a gente sofre, a gente pena, mas tá sempre junto, porque eu amo o São João, é maravilhoso. Eu já danço há 15 anos, eu amo dançar, eu vim dançar aqui porque falaram que lá não ia ter. Em janeiro, o povo começou a ensaiar e aqui eu vi que eles levam cultura ao pé da letra e eu gostei”, relata.
Na Praça de alimentação, a festa foi comandada pelo DJ Dudu e shows do Gabriel e Banda e cantor Cássio José, que cantou no estilo seresta.
Um dos que estava curtindo era o consultor de moda Adam Allen Cruz, que também é o Rei Momo 2024 de Marabá. “A praça de alimentação está ainda mais linda do que o ano passado. As barracas estão muito organizadas, comidas típicas para quem gosta, aqui é o lugar certo. A música está maravilhosa, está no clima de São João, está perfeita”, retifica.
Nesta quarta-feira, 26, a programação contará com a apresentação das mirins Levada Louka e Arrastão do Amor, Bois-bumbás Brilho da Noite e Flor do Campo, juninas do grupo B Rei do Sertão e Balão Dourado e as juninas do grupo A Fogo no Rabo e Arrastão do Amor. Na praça de alimentação o público poderá curtir DJ Júnior Batidão e Show de Isael Costa.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Paulo Sérgio e Jordão Nunes
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