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Seap oferta curso de instalador de placas solares para mais de 30 internos em Marituba

Seis policiais penais que atuam na unidade também participam do curso, destinado principalmente a fortalecer a ressocialização de custodiados por m...

13/08/2024 às 13h03
Por: Portal In9 Fonte: Secom Pará
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Crédito: Márcio Sousa / NCS Seap Pará
Crédito: Márcio Sousa / NCS Seap Pará

Em meio aos debates sobre soluções para a crise climática, a energia solar tem sido uma alternativa limpa e renovável, em residências e empreendimentos. A tendência é a substituição dos combustíveis fósseis pelas fontes sustentáveis. Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), em parceria com a Igreja Assembleia de Deus Campo das Missões, iniciou nesta terça-feira (13) mais uma turma do curso de Instalador de Sistema Solar Fotovoltaicos “On Grid e Off Grid”, beneficiando 34 internos da Unidade de Custódia e Reinserção I (UCR I) de Marituba (Região Metropolitana de Belém) com a qualificação profissional. Outras seis vagas serão destinadas a policiais penais da unidade.

A pedagoga Silvana Santiago, servidora da Gerência de Ensino Profissionalizante (GEP), vinculada à Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Seap, informou que o curso, realizado na UCR Marituba I, terá duração de 12 dias. Segundo ela, esse tipo de capacitação “tem um impacto na reinserção e na sustentabilidade”. Internos da UCR em sala de aula: educação pavimenta o caminho de volta ao convívio social, na parceria do governo do Estado com a Igreja Assembleia de Deus Campo das Missões

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O curso é adequado às exigências do mercado atual de trabalho, pois a energia solar é uma tecnologia de ponta. “É uma iniciativa que se alia à formação técnica e à alta demanda no mercado de trabalho com a promoção da sustentabilidade ambiental. Essa formação oferece um impacto significativo na vida desses detentos, ampliando suas perspectivas de reintegração social através da qualificação profissional e, simultaneamente, contribuindo para a preservação do meio ambiente”, acrescentou.

Oportunidade de trabalho- Silvana Santiago disse ainda que ao adotar e expandir o uso dessa tecnologia é possível não apenas avançar em direção ao futuro energético mais limpo, mas também aumentar campos de trabalho, que necessitam de profissionais qualificados em instalação, operação e manutenção de sistemas solares.

“A formação técnica oferecida nesse curso é alinhada às necessidades do mercado atual, que enfrenta uma crescente demanda por profissionais especializados em energia solar. Essa capacitação é crucial para o período pós-cárcere, pois oferece aos egressos uma base sólida para competir por oportunidades de emprego em um setor em expansão: o domínio de competência em instalação de painéis solares e manutenção de sistemas fotovoltaicos. E o conhecimento sobre as regulamentações vigentes posiciona ex-detentos a uma vantagem competitiva significativa no mercado de trabalho”, reiterou a pedagoga.

Remição de pena– Além dos benefícios e direitos de empregabilidade, a participação no curso pode resultar em remição de pena, explicou Silvana Santiago. A cada 12 horas de estudo, o interno reduz um dia de pena, conforme previsto na Lei de Execuções Penais. A remição por estudo permite a redução de pena a partir de atividades educacionais e da profissionalização, o que incentiva a adesão ao curso e reforça o compromisso com a educação e o desenvolvimento pessoal.

“A promoção do curso de energia solar dentro das unidades prisionais é uma iniciativa que transcende a simples capacitação técnica. Ela integra a questão ambiental com a social, ao formar indivíduos que, inseridos na sociedade, estarão aptos a atuar em um campo que contribui diretamente para a sustentabilidade do planeta. Essa formação não só prepara os detentos para o mercado de trabalho, mas também os sensibiliza para a importância da preservação ambiental, criando agentes de mudanças que podem contribuir para a redução dos empates ambientais em suas comunidades”, ressaltou Silvana Santiago.

Interesse- Sobre a expectativa dos participantes em aprender uma nova profissão, o instrutor do curso, Márcio Charchar, disse que "a gente tá vendo o interesse deles. Primeiro, era pra 20 vagas. Eu me surpreendi quando chegou e já eram 35 ou mais. Você vê o interesse não só de querer abater a pena, mas como aprender. Você vê quando começa o curso que a pessoa tá interessada e fazendo pequenas perguntas, que te deixam até sem ação. No curso, o interno pergunta mais do que eu. Você vê o interesse. E isso me deixa muito feliz. Estamos bastante motivados para concluir esse curso aqui, e motivados ainda mais de saber que eles estão interessados em aprender".

Um dos seis policiais penais participantes do curso afirmou que "a direção nos deu a oportunidade de participar deste curso para ampliar nosso conhecimento e melhorar o contato com os internos".

Interação- Sobre a participação dos policiais penais no novo curso, o diretor da UCR Marituba I, Edvaldo Sousa, avaliou que "essa parceria é fundamental na preparação dos presos para a reintegração social. Através dessa interação em cursos podemos vislumbrar a contribuição direta para a humanização do sistema prisional, promovendo uma relação mais próxima e de respeito entre as partes envolvidas, quebrando estereótipos e preconceitos, permitindo que os presos sejam vistos como indivíduos em busca de transformação e oportunidades de mudança".

Segundo o interno João Holanda de Sousa, "o curso de placas solares despertou meu interesse devido à relevância no mercado atual. Espero aprender novas habilidades, que me permitam encontrar oportunidades de trabalho na área ao sair daqui. Já participei de outros cursos, como de barbeiro e marceneiro, e essas experiências foram valiosas. Espero que mais oportunidades como essa continuem a surgir".

Texto: Márcio Sousa e Kaila Fonseca (estagiária) - NCS/Seap

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