A campanha Agosto Dourado incentiva o aleitamento materno como alimento exclusivo de crianças de até seis meses de vida por ser o mais completo para essa fase de desenvolvimento.
No entanto, o setor de pediatria do Hospital Municipal de Marabá (HMM) tem atendido crianças que chegam com complicações causadas pelo consumo precoce de mingau e outros alimentos.
Segundo Cláudia Bueno, pediatra do HMM, a alimentação correta para crianças abaixo de um ano é o aleitamento materno. Nos casos em que, por algum motivo, as crianças não podem ter acesso ao leite materno, há iniciativas governamentais que fornecem fórmulas.
“Depois desses seis meses até um ano, a gente libera as papinhas, as comidinhas para criança. O ideal seria manter o leite de peito. Tem uma cultura muito forte aqui do mingau, da massa de macaxeira. Esses alimentos são muito prejudiciais porque são muito ricos em carboidratos, muito pesados para uma criança desse tamanho e podem causar transtornos intestinais muito graves. Tem crianças que até que já foram para cirurgia por causa de massa de macaxeira”, explica a pediatra.
Esses alimentos não proporcionam a nutrição adequada para as crianças que o leite materno poderia, pois não possuem proteínas. Além disso podem causar doenças como obesidade, diabetes e problemas renais, por exemplo, afetando severamente o metabolismo da criança. A pediatra instrui sobre como funciona a introdução alimentar.
“Se a criança tiver mais de seis meses, alimentos feitos em casa, almoço, jantinha, comidinha e leite. Se for dar o leite, a fórmula específica ou o leite puro, não tem necessidade do leite engrossado. Então, a partir do sexto mês, as crianças começam a comer papinhas, amassadinhas, frutinhas, etc. E, aos poucos, a gente vai aumentando, progressivamente a consistência, porque a partir de um ano mais ou menos a criança já pode comer a comida da família”, reitera.
Para a enfermeira do setor de pediatria do HMM, Virlany Marinho, infelizmente a alimentação de maneira errônea das crianças é algo cultural. Nesse sentido, a campanha Agosto Dourado vem para conscientizar sobre essa questão. A enfermeira pontua o que uma alimentação inadequada pode causar e como funciona o atendimento no HMM.
“Muitos casos de crianças com anemia, crianças com desnutrição, tudo proveniente do erro alimentar. Ela é atendida na parte do ambulatório, vem pra avaliação do pediatra, a doutora avalia e a gente solicita o acompanhamento multiprofissional, tanto da parte médica, enfermagem e nutricionista.E aí, em seguida na alta da criança, ela é encaminhada para o Centro de Especialidade para continuar o acompanhamento tanto com a pediatra como com a nutricionista”, diz.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Wellen Oliveira sob supervisão do repórter
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