Sexta, 20 de Setembro de 2024
29°

Tempo limpo

Manaus, AM

Anúncio
Geral SAÚDE E ALEGRIA

Oficina de carimbó anima pacientes do Oncológico Infantil, em Belém

Embalados pelo ritmo paraense, alunos da classe hospitalar conheceram mais sobre o patrimônio cultural imaterial do Brasil

27/08/2024 às 17h35
Por: Portal In9 Fonte: Secom Pará
Compartilhe:
Crédito: Jaíne Oliveira/Ascom Hoiol
Crédito: Jaíne Oliveira/Ascom Hoiol

Em celebração à cultura regional, alunos da Classe Hospitalar Professor Roberto França, do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, participaram da "Oficina de Carimbó", realizada nesta terça-feira, 27, na brinquedoteca do 5ª andar. Com trajes típicos e embalados por sons de instrumentos artesanais - característicos do gênero musical -, crianças e adolescentes esclareceram dúvidas, dançaram e se divertiram ao ritmo pertencente a cultura paraense. Apoiado por educadores da classe e colaboradores da unidade de saúde, o evento foi conduzido por profissionais da dança e da música do grupo de carimbó Sancari.

De origem nortista, com influências indígenas, africanas e europeias, o Carimbó é uma manifestação cultural típica do Pará e reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Motivo de orgulho para catimbozeiros como o músico Lucas Bragança, de 66 anos. "Nós paraenses já trazemos nossas influências no sangue, mas quando temos um contato maior e o reconhecimento, a tendência é que a gente se aprofunde mais nesse aprendizado. O carimbó tem uma importância muito grande para todos nós e quando a gente se dedica, a gente também consegue mostrar para outras pessoas como é a nossa cultura, as nossas danças, as nossas músicas", afirmou Bragança.

Continua após a publicidade

Lucas conta que ainda criança gostou do ritmo, mas que foi na adolescência que decidiu se dedicar à música. "O amor pelo ritmo falou mais alto. Aqui (na apresentação no Hoiol), por exemplo, somos dez músicos e quatro dançarinos. Nós até temos outras profissões, mas amamos tanto o que fazemos, que nos dedicamos muito ao carimbó. Para quem busca dançar, cantar e tocar o carimbó, eu digo que é fácil, basta querer e se dedicar a aprender", afirmou ele que há 26 anos atua no grupo Sancari.

Já a professora referência da classe hospitalar do Oncológico Infantil, Elvira dos Santos, repetiu os passos ensinados pelos dançarinos instrutores e participou ativamente da atividade. Para ela, o contato com expressões culturais regionais é essencial para a transmissão de valores entre gerações. "Por meio do movimento artístico, os estudantes podem desenvolver a consciência corporal e trabalhar a timidez de forma lúdica e divertida. Com a oficina, mostramos aos alunos a cultura local para que tenham o senso de pertencimento. O carimbó é nosso e precisamos falar sobre ele com propriedade", afirmou.

Os pais e responsáveis também integraram a roda cantando, contemplando e aplaudindo os trajes típicos e o desempenho dos participantes. "Sinto muita gratidão. É maravilhoso ver o meu filho interagindo, dançando e ficando feliz em participar das atividades. Na luta contra o câncer, temos dias difíceis, mas também temos dias como esse, em que a gente se sente mais à vontade para conversar sobre outras coisas, dançar, se distrair. A oficina foi maravilhosa", concluiu Sandrielly Couto, mãe de Wanderley, 6 anos, diagnosticado com Leucemia linfoblástica aguda de células-T (LLA-T).

O diretor administrativo do Hoiol, André Bordallo, parabenizou os envolvidos na iniciativa, que “promoveu a valorização da cultura paraense e proporcionou momentos de alegria, leveza e descontração aos usuários e seus familiares”. “Foi uma imersão na cultura paraense. Os elementos sonoros, visuais, artísticos e culturais do carimbó proporcionaram aos participantes um alívio emocional que, em uma instituição como o Hospital Octávio Lobo, que preza pelo atendimento humanizado, é fundamental”, concluiu o diretor.

Serviço - O Hoiol é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.

Texto: Ellyson Ramos - Ascom Hoiol

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários