Saúde: Campanha Setembro Amarelo promove valorização da vida e prevenção ao suicídio

“Às vezes você convive com uma pessoa que muda o comportamento, há alteração de humor com muita frequência. Às vezes aquela pessoa que você conhecia de uma forma mais expansiva, começa num grau de isolamento ou com falas muito pessimistas. Se é um ambiente da escola, ela começa a ter um mau desempenho. Comportamentos, pensamentos, conversa, postagens em redes sociais, geralmente, a pessoa vai escalando. Ela começa só com um pensamento, uma fala, uma situação difícil, que ela não está conseguindo ajuda sozinha”, descreve.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde caracteriza-se pelo bem-estar físico, mental e social. É nesse aspecto que a vida nas sociedades modernas precisa estar além de um cotidiano automático em que as pessoas realizam sempre as mesmas tarefas e não têm tempo para atividades que lhes tragam satisfação, recreação e lazer com família e amigos.

“Um indivíduo saudável não é somente um indivíduo que não tem doenças, que não tem patologias, mas é um indivíduo que tem sim uma saúde física em dia e nisso a prática de exercícios físicos ajuda muito, alimentação e sono regular ajudam muito. Fora isso, esse indivíduo tem uma rede de apoio? Tem amigos? Tem momentos onde ele vai descansar, recarregar as energias? Esse indivíduo tem uma satisfação nas atividades que ele faz?”, reitera Brenda Correia.

Ter condições de vida digna também é um fator de proteção da saúde mental, pois a vulnerabilidade socioeconômica, o desemprego, dificuldades financeiras e outras questões podem estar fortemente relacionadas ao sofrimento emocional.

Hoje, apesar de o acesso a informações sobre saúde mental estar mais facilitado com a internet e as redes sociais com conteúdos de profissionais da área da psicologia, por exemplo, sempre é necessário buscar ajuda profissional.

“Ainda tem muito o que fazer para a gente de fato quebrar esses estigmas referentes ao adoecimento psicológico porque qualquer pessoa pode vir a adoecer e muitas vezes a gente negligencia porque a gente pensa ‘não, eu vou beber no final de semana, sair com meus amigos, depois eu resolvo’ e assim a vida vai passando e a gente não percebe que está adoecido. Então, sempre é tempo de cuidar”, destaca a psicóloga.

Como funciona o CAPS

Há várias formas de ser atendido pelo CAPS. A principal delas é por demanda espontânea já que o serviço funciona diuturnamente todos os dias da semana. No entanto, os pacientes também podem ser encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde, Hospital Municipal, Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas)

Ao chegar ao CAPS, o paciente passa por uma escuta qualificada em que o técnico fará a avaliação das demandas do solicitante. A partir disso, o paciente passa pelos atendimentos necessários e dependendo da situação pode passar por acolhimento diurno ou integral, ou ser acompanhado pelo Projeto Terapêutico Singular (PTS) construído com consultas, oficinas e outras atividades pensadas para atender as demandas do paciente. Em casos de risco à vida, ocorre o encaminhamento para a Ala Psicossocial do HMM.

Paula Aviz faz um chamado para que as pessoas não subestimem o sofrimento emocional, negligenciando a saúde emocional.

“Nenhum sofrimento é eterno. A gente tem hoje dispositivos de ajuda, a gente tem a escuta qualificada, que é um pouco diferente. Se a pessoa está percebendo que tem algo errado, que ela não está bem, procure um serviço de saúde mental. Não tenha vergonha de vir. Estamos aqui para escutar. A gente vai dar um direcionamento e, às vezes, não é algo do CAPS, mas a gente consegue dar uma escuta, uma orientação e encaminhar para o local certo”, afirma.

Programação Setembro Amarelo

Abertura da programação: atividades lúdicas com os usuários e familiares
13/09, a partir das 14 horas, no CAPS

Programação do CAPS III
Palestras e rodas de conversa nas Unidades Básicas de Saúde
16/09 – 08h30 – UBS Carlos Barreto, Morada Nova
16/09 – 14h30 – USF João Batista Bezerra, bairro Santa Rosa, Marabá Pioneira
17/09 – 08h30 – UBS Enfermeira Zezinha, Folha 23, Nova Marabá
17/09 – 14h30 – UBS José Pereira Araújo, bairro da Paz, Cidade Nova
18/09 – 08h30 – USF Emerson Caselli, bairro Independência, Cidade Nova
18/09 – 14h30 – UBS Amadeu Vivácqua, São Félix II
19/09 – 08h30 – UBS Demósthenes Azevedo, bairro Francisco Coelho, Marabá Pioneira
19/09 – 14h30 – UBS Jaime Pinto, bairro Belo Horizonte, Cidade Nova
20/09 – 08h30 – UBS Mariana Moraes, no bairro KM 07, Nova Marabá
20/09 – 14h30 – UBS Parteira Maria Bico Doce, São Félix Pioneiro
23/09 – 08h30 – UBS Laranjeiras, no bairro Laranjeiras, Cidade Nova
25/09 – 14h30 – UBS Hiroshi Matsuda, Folha 11, Nova Marabá
26/09 – 08h30 – USF Pedro Cavalcante, bairro Amapá, Cidade Nova
27/09 – 08h30 – EBS Edivan Xavier, bairro Araguaia, Nova Marabá

Dia D

Atividades culturais e orientações com os usuários e familiares
27/09, a partir das 8 h, no CAPS III

Programação do Ambulatório Especializado em Saúde Mental (Ament)

Local : HMM
Data : 05/09/2024
Hora: 9h30
Profissionais responsáveis: João e Jorge junior
Público: servidores

Local : EMF Martinho Mota
Data : 05/09/2024
Hora: 10h30
Profissionais responsáveis: Sérgio
Público:

Local : Equatorial Nova Marabá
Data : 09/09/2024
Hora: 8h
Profissionais responsáveis: Alessandra e Junior
Público: servidores

Local : CIAM
Data : 12/09/2024
Hora: 15h
Profissionais responsáveis: João e Junior
Público: servidores e adolescentes

Local : Centro de Especialidades Integradas (CEI)
Data : 13/09/2024
Hora: 10h
Profissionais responsáveis: João e Antonieta
Público: servidores

Local : Serviço de Atendimento Especializado / Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA)
Data : 13/09/2024
Hora: 15h
Profissionais responsáveis: Sérgio e Jorge junior
Público: servidores e usuários

Local : EMF Martinho Mota
Data : 19/09/2024
Hora: 10h30
Profissionais responsáveis: Sérgio
Público: comunidade

Local : Hospital Materno Infantil (HMI)
Data : 26/09/2024
Hora: 10h
Profissionais responsáveis: João e Antonieta
Público: servidores

História do Setembro Amarelo

A história que inspirou a campanha ocorreu em setembro de 1994 nos Estados Unidos quando Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio. Ele possuía um carro amarelo e no dia do velório, família e amigos dele distribuíram cartões com fitas amarelas e mensagens sobre saúde mental.

Se você está passando por um momento difícil, busque ajuda na rede de atendimento disponível ou ligue para o CVV no número 188.

Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Artur Constantino

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