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PF indicia Renan Calheiros, Eduardo Braga e Romero Jucá por corrupção
Acusação é de que ambos receberam propina para favorecer no Congresso o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico
20/09/2024 16h26 Atualizada há 2 meses
Por: Portal In9 Fonte: Metrópoles
Foto: Pedro França/Agência Senado

Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A acusação é de que ambos, assim como o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), que também foi indiciado, receberam propina para favorecer no Congresso Nacional o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico. As informações são do Uol.

A ação contra os emedebistas tramita há sei anos e só no mês passado o relatório final do inquérito foi enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) e sob sigilo.

No Supremo, o relator do processo, ministro Edson Fachin, encaminhou o material à Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, está com o material sobre a mesa.

Caberá a ele decidir se apresenta denúncia contra os senadores, que fazem parte da base governista – o filho de Calheiros, Renan Filho (MDB-AL), é o ministro dos Transportes do governo Lula. Por sua vez, Eduardo Braga, ex-governador do Amazonas, é relator da reforma tributária no Senado.

Segundo o relatório da PF, a antiga Hypermarcas pagou cerca de R$ 20 milhões para os senadores, por intermédio do empresário Milton Lyra, apontado pela PF como lobista intermediário do MDB.

Em contrapartida, os senadores teriam atuado em favor da Hypermarcas em um projeto de lei que tramitou no Senado nos anos de 2014 e 2015 sobre incentivos fiscais a empresas.

A PF ainda aponta que Calheiros teria indicado um nome para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ), com o objetivo de auxiliar nos interesses do grupo empresarial dentro da agência.

O inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato e havia sido aberto em 2018, a partir da delação premiada de Nelson Mello, à época um dos diretores da antiga Hypermarcas. Ele admitiu que firmou contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, sem prestação de serviços, com o objetivo de repassar os valores aos políticos.

A PF também indiciou Milton Lyra sob acusação de lavagem de dinheiro. A parte da investigação sobre Romero Jucá foi entregue à Justiça Federal do Distrito Federal, porque ele não tem mais foro privilegiado.

Segundo a defesa do senador Eduardo Braga, as acusações são “ilações esdrúxulas sem amparo nos elementos constantes do próprio inquérito”. “Há evidências claríssimas de que o parlamentar não manteve contato com o delator, que, além de mudar sua versão quatro anos depois, baseia suas declarações em mero ‘ouvir dizer’. Não tenho dúvidas de que inquérito será arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal”, disse o advogado Fabiano Silveira.

*Com Informações de Metrópoles